O fruto do olival, a azeitona nunca deixa de nos surpreender. Nos últimos tempos, foram descobertas novas propriedades, a maioria delas relacionadas com uma substância muito especial: o esqualeno.
O que é o esqualeno?
O esqualeno é uma substância gerada principalmente por organismos complexos: a sua presença é bem conhecida no tubarão, mas até os humanos geram esqualeno.
Porque é tão importante?
O esqualeno tem inúmeras aplicações benéficas para a saúde. Estudos recentes pretendem associar esta substância ao tratamento de doenças graves.
Por exemplo, as suas qualidades mais conhecidas estão imersas no mundo dos cosméticos. Os humanos têm uma certa quantidade de esqualeno na pele, que cumpre funções tais como o fornecimento de O2 às células ou funções completamente defensivas: protege as células de radicais livres indesejados, bactérias ou fungos e é um antioxidante. Portanto, a indústria cosmética e mesmo a farmacológica, têm demonstrado grande interesse no esqualeno como ingrediente para ações de prevenção do envelhecimento cutâneo ou para problemas de pele como psoríase, eczema …
No entanto, também possui propriedades nutricionais. Assim, além de ser um antioxidante, alguns estudos sugerem a ação do esqualeno no combate ao colesterol, por exemplo. A pesquisa mais recente, está também focada em estabelecer uma relação entre o esqualeno e a supressão de células afetadas pelo cancro.
Ok … Mas qual a importância da azeitona em tudo isto?
As azeitonas, ou melhor, o azeite, tornaram-se o foco da pesquisa sobre o esqualeno. Porquê? Por ser a maior fonte de origem vegetal de esqualeno. A presença de esqualeno no azeite varia entre 0,5 e 1%, sendo, portanto, o hidrocarboneto mais importante e um dos componentes mais importantes deste óleo.
Outras fontes de esqualeno são: óleo de fígado de tubarão, óleo de semente de amaranto e óleo de palma. No entanto, as implicações éticas ou ambientais de algumas dessas fontes tornam o azeite a melhor opção.
O processo industrial de extração desta substância é baseado na tecnologia de separação por destilação. Este processo resulta em purezas superiores a 90%.
Estamos assim perante uma nova forma de explorar o azeite, seja por razões cosméticas, nutricionais ou farmacológicas.
Tantas extensões de olival, tantos séculos a trabalhar com azeitona, tanto costume com azeite… E ainda há segredos a desvendar. As aplicações da oliveira, da azeitona e do azeite (algumas delas tão simples como insuspeitas) confirmam o olival como uma das culturas mais populares e, claro, de tradição. E nós, tão orgulhosos disso.